O TEMPLO VERDADEIRO
INTRODUÇÃO
O QUE É TEMPLO?
TEMPLO NA ANTIGA ALIANÇA
O primeiro Beit Hamicdash foi construído pelo Rei Salomão no ano 833 AEC, e destruído pelo rei babilônico Nebuchadnezar no ano 423 AEC. O segundo Beit Hamicdash foi completado no ano 349 AEC pelos judeus que retornaram do exílio persa, liderados por Ezra e Nehemia. No ano 19 AEC, o Rei Herodes completou dramáticas renovações no Templo dilapidado, mas exércitos saqueadores do Império Romano o destruíram em 69 EC, quando começou a atual galut (exílio).
Pouquíssimos dados sobre a arquitetura do primeiro Beit Hamicdash sobreviveram, ao contrário do segundo, sobre o qual há muitos registros. Ambos consistiam de um salão (heichal) alto, majestoso, enfeitado e geométrico, cercado por pátios escalonados e paredes de pedra semelhantes a castelos.
Os muros externos descreviam um retângulo distante, dentro do qual ficavam os pátios com escadas e o salão no centro superior. Dentro de seus pátios havia vastos espaços para os milhares de peregrinos que frequentavam os serviços tri-anuais nas festas (Pêssach, Shavuot e Sucot), um poderoso altar onde milhares de animais e aves eram levados como oferendas, e locais para estoque e facilidades para as centenas de Cohanim (sacerdotes) e Levitas (que auxiliavam os Cohanim).
A importância do Templo para a existência judaica está refletida no fato de que muitas das mitsvot são relacionadas ao Templo: oferendas diárias e semanais; peregrinações e oferendas nos feriados; oferendas pessoais, voluntárias e obrigatórias; dízimos agriculturais; critérios qualificativos para os Cohanim e Levitas; rituais do Templo; e as permissões e proibições para todos os mencionados acima. Estamos falando de cerca de 180 mitsvot (de um total de 613).
OS TRÊS PILARES DA FÉ DOS HEBREUS
Teshuvá é habitulamente interpretada como arrependimento. No entanto a versão exata de arrependimento é a palavra hebraica “Charatá” e não teshuvá. Charatá e teshuvá são conceitos quase opostos.
Charatá enfatiza um encaminhamento do indivíduo para uma nova conduta. Ele se arrepende por ter cometido algo negativo ou ter deixado de praticar uma boa ação e agora deseja comportar-se de outra maneira.
Teshuvá, por outro lado, significa retorno. Um hebreu é bom em sua essência e seu mais profundo desejo é fazer o que é certo. No entanto, devido a várias circunstâncias completa ou parcialmente fora de seu controle ele erra. Esse é o conceito hebraico da teshuvá: um retorno às raízes, ao seu mais íntimo ser, revelando sua personalidade inata, e agora tornando-se dono de sua vida.
Tefilá é geralmente traduzida como prece. No entano a versão exata de prece em hebraico é bakashá. As conotações das duas palavras são contraditórias. Bakashá significa uma solicitação, um pedido. Tefilá significa ligar-se.
Bakashá enfatiza o pedido ao Todo Poderoso para que conceda nossos pedidos. No entanto, quando não necessitamos, ou não desejamos coisa alguma, então o pedido é supérfluo.
Tefilá significa ligar-se a YAUH e isso é importante para todos, em todas as ocasiões. Possuímos uma alma que está conectada a YAUH. Entretanto os laços que ligam a alma ao YAUH SHADDAY podem se enfraquecer. Para corrigir essa falha existem momentos específicos durante o dia dedicados à tefilá, nos quais renovamos e fortalecemos nossa ligação com YAUH. Mesmo para aqueles que não necessitam de pedidos materiais, o conceito da tefilá – o desejo de chegar mais próximo de YAUH – é a maneira concretizar os vínculos entre nós e o Criador.
Tsedacá é geralmente interpretada como caridade. Mas a versão mais apropriada para caridade, em hebraico é chessed, bondade. Não usamos aqui o termo chessed e sim tsedacá por que mais uma vez os conceitos são antagônicos. Enquanto chessed enfatiza a generosidade daquele que dá, aquele que recebe pode não ser necessariamente merecedor. Nem o doador realmente obrigado a dar, mas o faz devido a sua bondade.
Tsedacá, por sua vez, vem da palavra hebraica justiça, pois significa que a justiça exige do judeu que ele doe. Há dois motivos para isto: primeiro por que ele não está dando o que é seu, e sim apenas o que lhe foi confiado por YAUH para doar aos outros. Segundo, já que todos dependem do Criador para prover suas necessidades e Ele nos doa, possuímos o dever de retribuir “medida por medida” dando aos outros sem esperar nada em troca, além do ato de praticar justiça.
O TEMPLO DA NOVA ALIANÇA
Com a destruição, YAUH removeu temporariamente o Templo de sua locação geográfica e o colocou dentro de nós (Casa). Em vez de viajar para YAUHSHALAIM, YAUH queria que o encontrássemos em nossa YAUHSHALAIM interior. Agora, nossos corpos são nossos Templos, nossas almas são nossas janelas, nossas mentes são nossos Cohanim e nossos instintos animais são nossos sacrifícios. Não podemos oferecer sacrifícios físicos três vezes ao dia, mas podemos orar três vezes ao dia. Não podemos comparecer aos serviços do Templo três vezes ao dia, mas podemos entrar em nossas almas três vezes ao dia. Não podemos expiar nossos erros sacrificando animais, mas podemos sacrificar nossos animais interiores – nossos hormônios, nossos desejos, nossas compulsões animalescas. Não podemos encontrar YAUH em YAUHSHALAIM, em Ishra'al; mas devemos encontrá-Lo dentro de nós, YAUHSHALAIM físico.
Se as épocas dos Tenplos foram principalmente YAUH fazendo contato com Seu mundo, então os tempos do nosso exílio somos nós atingindo o alto, de dentro daquele mundo.
Este é o principal plano de YAUH. Primeiro, um dramático concerto interior de espiritualidade pública, atingindo de forma visceral e tangível a realidade diária, física. Então Ele troca isso por uma experiência interna, pessoal, privada, forçando-nos a subir para encontrá-Lo, trazendo a Criação inteira junto conosco. Juntas, as duas experiências lançam a base para o terceiro Templo final – uma era que irá sintetizar ambas as direções da espiritualidade. Uma era de onde a presença de YAUH dentro de nossos corações e mentes e no mundo físico está interiorizada para atingir uma realidade totalmente nova: a era de YAUHSHA MASHIACH.
QUAL O PILAR DA FÉ QUE O MESTRE ENSINOU
O TEMPLO FOI DESTRUÍDO
Abruptamente, YAUHSHA mudou o curso da conversação. Ele sabia que antes que a mulher pudesse receber Seus dons, ela deveria convencer-se de que era pecadora e necessitava de um Salvador. Assim, Ele colocou o dedo sobre alguns segredos daquela pobre vida (versos 16-18).
A mulher ficou ainda mais surpresa. Quem era aquele que podia ler daquela forma os segredos da sua vida pecaminosa? Reconhecendo estar diante de um profeta, ela retomou o diálogo: “Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em YAUHSHALAIM é o lugar onde se deve adorar” (v. 20).
O ato de adorar estava intimamente ligado a um lugar sagrado. Para um samaritano, esse lugar era o monte Gerizim; para um hebreu, YAUHSHALAIM. Os samaritanos tinham muitas razões para fundamentar suas reivindicações do monte Gerizim como um lugar sagrado. Foi ali que YAUH primeiro apareceu a Abraão depois que ele entrou em Canaã (Gênesis 12:6 e 7). Foi ali que Jacó habitou (Gênesis 33:18). Foi ali que Josué leu as bênçãos e maldições (Josué 8:33). E foi ali que os israelitas sepultaram os restos mortais de José (Josué 24:32). Os samaritanos construíram ali um templo a adoravam segundo os rituais mosaicos. E mesmo depois que o templo foi destruído por inimigos, eles ainda mantinham suas tradições e formas de culto.
Respondendo ao questionamento da mulher, YAUHSHA disse: “Mulher, podes crer-Me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em YAUHSHALAIM adorareis o Pai” (João 4:21). Posteriormente todas as distinções religiosas como lugares de culto seriam abolidas. O verdadeiro culto não mais estaria confinado a qualquer lugar ou nação. YAUHSHA sabia que ela não necessitava perturbar-se quanto ao lugar de adoração, porque em pouco tempo YAUHSHALAIM e seu templo seriam destruídos, não ficando pedra sobre pedra que não fosse derribada. Sem templo, monte Gerizim ou YAUHSHALAIM, todas as pessoas levantariam as mãos, orariam e ofereceriam sacrifícios espirituais em qualquer lugar.
SEM RESTRIÇÕES
A adoração a YAUH não está restrita a um lugar particular – Judéia, Samaria, Jerusalém, monte Girizim, Meca, Vaticano, ou qualquer outro. Não é onde, mas como, o que conta no "culto". Está chegando o tempo em que será compreendido que o aspecto que confere genuinidade ao culto é a espiritualidade, não o local.
YAUHSHA continuou falando: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade” (João 4:23). O Mestre dirigiu os pensamentos da mulher, do lugar de adoração à Pessoa adorada; e da forma ao espírito da adoração. YAUH está buscando genuínos adoradores, não formais, que O adorem em verdade, rendendo-Lhe obediência de fé com um espírito filial.
Para O servirmos devidamente, é mister nascermos do divino Espírito. Isso purificará o coração e renovará a mente, dando-nos nova capacidade para conhecer a amar a YAUH. Comunicar-vos-á voluntária obediência a todos os Seus reclamos. Esse é o verdadeiro "culto". … Onde quer que a alma se dilate em busca de YAUH, aí é manifesta a obra do Espírito, e YAUH Se revelará a essa alma. A tais adoradores Ele busca. Espera recebê-los, e torná-los Seus filhos e filhas.” – O Desejado de Todas as Nações.
A união do espírito e verdade lança luz sobre o significado de “verdadeiros adoradores”. Esses são genuínos, opostos àqueles que meramente parecem ser ao participarem apenas dos rituais exteriores. A mesma distinção entre verdadeira adoração e formas de culto é claramente estabelecida pelo profeta Miquéias (Miquéias 6:7 e 8).
“YAUH é Espírito; e importa que os Seus adoradores O adorem em espírito e verdade” (João 4:24). Essas palavras contêm uma das mais simples e mais profundas verdades. Elas mostram que YAUH é absolutamente livre de toda limitação de espaço e tempo, não estando, portanto, confinado a templos. YAUH não é material como os idólatras afirmam; Ele não é uma força abstrata como pensam os filósofos. Ele é um Ser que está acima de toda necessidade de templos, sacrifícios, etc., que são benéficos aos seres humanos, mas não a YAUH.
“O YAUH que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Ele CRIADOR do Céu e da Terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (Atos 17:24 e 25).
Na China, de acordo com as estatísticas governamentais, existem aproximadamente 15 milhões de "evangélicos" nas seitas registradas. Entretanto, para cada adorador nessas seitas, há pelo menos seis ou oito crentes que cultuam em suas casas, no que comumente se chama “igreja do lar”. Aí, estima-se que entre 90 e 100 milhões de pessoas cultuam cada semana. Esses crentes, mesmo sem um magnificente edifício, adoram com sinceridade, coração purificado e mente renovada. Suas orações, ações de graças e cantos não estão limitados a um certo lugar. Seus atos de adoração são seguramente aceitáveis a YAUH.
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu NOME”, YAUHSHA prometeu, “ali estou no meio deles” (Mateus18:20). YAUH não está confinado a um determinado lugar. A presença de YAUH depende da nossa busca. Se nosso coração se afasta dEle, com o tempo Ele abandona Seu santuário e o destrói. (Jeremias 7:1-15).
Adoramos a YAUH em diferentes estilos, formas e lugares. Mas não há diferença diante de YAUH. A genuinidade do "culto" é determinada por sua natureza espiritual, não por seu estilo ou geografia. YAUHSHA disse: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade; porque são estes que o Pai procura para Seus adoradores” (João 4:23).
O TEMPLO NOS DIAS DE YAUHSHA MASHIACH E DOS APÓSTOLOS
APROXIMAVA-SE rapidamente a Páscoa do ano 30 (E. C.), quando YAUHSHA subiu “a YAUSHALAIM, e encontrou no Templo os que vendiam bois, cordeiros e pombas, e os cambistas acomodados em seus bancos. E, havendo feito com cordas um azorrague, expulsou a todos do Templo, com os bois e cordeiros. Lançou ao chão o dinheiro dos cambistas, e derrubou-lhes as mesas. Interpelam-no, então, os judeus: ‘Que sinal nos apresentas para agir assim?’ Respondeu-lhes YAUHSHA: ‘Destruí este Templo, e em três dias Eu o erguerei de novo.’” — João 2:13-15, 18, 19, LEB.
Bem se poderia perguntar: Que espécie de edifício era este que tinha lugar para todo este comércio? O fato é que este templo não era apenas um edifício, mas era uma série de construções, das quais o santuário do templo era o centro. No idioma original, isto era bastante claro, pois os escritores das Escrituras fizeram uma distinção entre as duas coisas pelo uso das palavras hierón e naós. Hierón referia-se a todo o terreno do templo, ao passo que naós se aplicava ao edifício do próprio templo, sucessor do tabernáculo no deserto. João nos fala assim que YAUHSHA encontrou todo este comércio no hierón. Mas, quando YAUHSHA comparou o seu corpo a um templo, ele usou a palavra naós, significando “santuário” do templo, conforme indica uma nota marginal da Tradução do Novo Mundo.
Esta série de edifícios, nos tempos dos apóstolos, fora reconstruída pelo Rei Herodes. Este governante idumeu, sensual e sanguinário, repugnava aos seus súditos judeus tanto pelos seus ultrajes contra a suscetibilidade religiosa deles como pelos seus homicídios desenfreados, tais como a matança de sua esposa Mariamne, princesa asmoniana. Querendo insinuar-se nas afeições deles e ao mesmo tempo satisfazer seu descomedido orgulho, fez a proposta de reconstruir o templo deles, o qual, depois de cerca de quinhentos anos, estava mostrando indícios de decadência.
Sempre desconfiados de Herodes, e não sem boa razão, os judeus insistiram que ele provasse as suas boas intenções por primeiro fornecer todos os materiais necessários, o que ele fez. Ele empregou para a construção 10.000 operários peritos, além de 1.000 sacerdotes especialmente treinados para esta espécie de trabalho. Para que os judeus não ficassem sem templo, procedia-se em etapas à demolição do antigo e à construção do novo. Por esta razão, muitos falam de apenas dois templos, o primeiro e o segundo, em vez de falar de três, o de Salomão, o de Zorobabel e o de Herodes. Este foi especialmente o costume dos judeus contemporâneos que tanto odiaram Herodes, que, embora ele tivesse fornecido todo o material e pago a mão-de-obra, nenhum deles jamais mencionou o nome dele nos seus escritos, em relação com o templo.
Herodes ampliou em duas vezes o sítio do templo. Para fazer isto, ele tanto nivelou grande área rochosa, como construiu com enormes pedras arrimos nos lados do Monte Mória, que chegavam a quase 50 metros de altura. O santuário do templo foi completado em um ano e meio, e os outros edifícios principais, em oito anos. No entanto, a reconstrução extensiva continuou até uns seis anos antes de sua destruição em 70 E. C. Josefo fornece duas datas contraditórias quanto ao começo da construção, mas em vista do fato de que os judeus, no ano 30 (E. C.), disseram que o templo levara quarenta e seis anos para construir, segue-se que a obra deve ter sido iniciada em 17 A. C. — João 2:20.
O conjunto do templo foi construído em sentido leste-oeste e tinha sete graus de santidade, os quais eram, do menor para o maior: (1) o Átrio dos Gentios; (2) o Átrio Exterior; (3) o Átrio das Mulheres; (4) o Átrio de Israel; (5) o Átrio dos Sacerdotes; (6) o Lugar Santo; e (7) o Santo dos Santos. De modo geral, cada pátio sucessivo achava-se numa elevação maior que o anterior, em harmonia com a sua suposta santidade maior; cada um destes lugares tinha uma série de portões ou entradas e edifícios anexos. Ao todo havia vinte e quatro postos em que os sacerdotes e levitas mantinham a vigília no templo.
O ÁTRIO DOS GENTIOS
Toda a área do templo estava cercada por um imenso muro, em cima do qual havia colunatas. A área dentro destes muros era de seis a oito hectares.* O Átrio dos Gentios tinha este nome porque se permitia que os gentios entrassem nele. Foi dali que YAUHSHA, em duas ocasiões, uma vez perto do princípio do seu ministério terrestre e uma vez perto do fim dele, expulsou os que tinham transformado a casa de seu Pai numa casa de negócios. — João 2:13-17; Mat. 21:12, 13.
Havia oito ou dez portões que davam acesso à área do templo: quatro ou cinco no lado ocidental, dois ou três do lado meridional e uma no leste e outra no norte. Na sua entrada triunfal em YAUHSHALAIM, YAUHSHA entrou, sem dúvida, na área do templo pelo seu portão do nordeste, e ele foi levado a Pilatos pelo portão do sudoeste. Por causa destes portões, o Átrio dos Gentios servia também de via pública, sendo que os viajantes preferiam passar por ele em vez de passar por fora da área do templo.
Ao longo do lado oriental havia a colunata de Salomão, um alpendre de quase quatorze metros de largura e doze de altura. Era formada por três fileiras de colunas de mármore, chamadas “coríntias” por causa dos seus ornatos. Era ali que ‘YAUHSHA passeava no inverno’, e era ali que os primitivos cristãos se encontravam para adoração. Colunatas similares beiravam os lados ocidental e setentrional. Ali havia assentos onde os sacerdotes e outros explicavam a Lei, e, sem dúvida, foi numa delas que Maria e José encontraram o inquisitivo YAUHSHA, de doze anos de idade. — Luc. 2:46-49.
Embora fossem impressionantes estas colunatas no oeste, no leste e no norte, eram pequenas em comparação com a Colunata Real na parte do sul, que tinha o nome do próprio Herodes. Compunha-se de 162 colunas coríntias, cuja circunferência era tão grande, que eram necessários três homens com os braços estendidos para abraçá-las, e estas colunas estavam colocadas em quatro fileiras.
Fora dos muros do templo, do lado noroeste, erguia-se a torre Antônia, num ponto elevado que dominava a área do templo. Nos dias de YAUHSHA e dos apóstolos abrigava soldados romanos e tinha passagens subterrâneas que levavam ao Átrio dos Gentios. Isto habilitava os soldados a surgir rapidamente sempre que houvesse dificuldades, como no caso quando a populaça procurava matar o apóstolo Paulo. Esta torre foi apelidada em honra do amigo de Herodes, Marco Antônio. — Atos 21:31-40.
DENTRO DO ÁTRIO EXTERNO
Cruzando o espaçoso Átrio dos Gentios, chegamos ao Átrio Externo. Não longe dos seus limites externos havia um muro baixo, ou Soreg, com passagens. Neste muro havia grandes pedras com o seguinte aviso: “Nenhum gentio pode transpor esta barreira em volta do Santuário e penetrar neste cercado. Quem for apanhado, está sujeito à pena de morte, que será inevitavelmente aplicada.” Na ocasião do ataque a Paulo, no templo, foi porque os judeus criaram o rumor de que ele tinha introduzido um gentio nesta área. O conhecimento deste muro divisório nos ajuda a entender melhor a referência de Paulo a YAUHSHA ter ‘derrubado o muro que separava judeu e gentio’. — Atos 21:20-32; Efé. 2:14.
Olhado do leste, na parte dianteira do Átrio Externo havia o Átrio das Mulheres. Exceto quando se ofereciam sacrifícios, este era o lugar mais perto do santuário a que as mulheres tinham permissão de chegar. Entre outras coisas, o Átrio das Mulheres continha as arcas do tesouro, sendo que YAUHSHA estava parado ao lado de uma delas quando elogiou a viúva por ter dado tudo o que possuía. Uma grande escadaria semicircular levava do Átrio das Mulheres para o Átrio de Israel, ao qual se entrava através dum imenso portão conhecido como Portão de Nicanor. Esta escadaria tinha quinze degraus, que eram supostamente os “degraus” para os quais se compuseram os quinze salmos dos degraus. Em ocasiões festivas, os sacerdotes e os levitas recitavam estes salmos ao subirem degrau por degrau até o Átrio de Israel. — Luc. 21:1-4; Salmos 120-134.
Dentro deste Átrio de Israel havia os restantes quatro graus de santidade; a santidade deste mesmo átrio, a do Átrio dos Sacerdotes; a do Lugar Santo e a do Santíssimo ou Santo dos Santos. Segundo parece, o Átrio de Israel e o Átrio dos Sacerdotes eram realmente a mesma coisa, estando no mesmo nível e delimitados apenas por um muro baixo. Esta área não só continha muitas salas para os suprimentos e para a preparação dos sacrifícios, mas também “um notável sistema de fontes e de cisternas subterrâneas para a armazenagem da água usada nas cerimônias religiosas e para lavar o local dos restos dos sacrifícios”, diz o Bible Dictionary de Harper. Acredita-se que ali se achava também a Sala de Audiência do Sinédrio.
Dentro do Átrio dos Sacerdotes, que correspondia ao pátio do tabernáculo, e diretamente na frente do santuário do templo, erguia-se o grande altar de cobre, cuja altura era de quatro metros e meio e cuja base media quinze metros de cada lado. Muito para a direita havia o gigantesco “mar fundido”, cheio da água necessária para os sacrifícios. Descansava em doze leões colossais, em vez de em doze touros, assim como o mar do templo de Salomão.
O SANTUÁRIO DO TEMPLO
O piso do santuário do templo (naós) estava doze degraus acima do Átrio dos Sacerdotes, tendo a sua parte principal vinte e sete metros de altura e vinte e sete metros de largura. Assim como no caso, do templo de Salomão, havia câmaras dos lados dele, e no centro encontrava-se o Lugar Santo, que tinha nove metros de largura e dezoito de altura e de comprimento, e o Santo dos Santos, que era um cubo de nove metros de lado. Os três pavimentos de câmaras em volta e os sótãos em cima explicam a diferença entre o interior do Santo e do Santíssimo e as medidas externas.
O Lugar Santo continha, entre outras coisas, uma mesa de ouro pára os pães da proposição, um candeeiro de ouro e o altar de incenso, de ouro. Para separar o Lugar Santo do Santo dos Santos havia uma pesada cortina dupla, belamente ornamentada, de vários centímetros de grossura. Na morte de YAUHSHA, esta cortina foi rasgada em dois pedaços. — Mat. 27:51.
No Santo dos Santos não havia arca do pacto, a caixa sobre a qual descansavam dois querubins de ouro com asas estendidas e por cima da qual brilhava a luz sobrenatural chamada “Shekinah”, como no templo de Salomão. Em lugar dela havia uma laje de pedra sobre a qual o sumo sacerdote aspergia o sangue no dia da expiação. Investigações conseguiram fixar o local do Santo dos Santos do templo de Herodes, que era o mesmo local onde (segundo a tradição) Abraão se preparara para sacrificar Issac e onde o anjo apareceu ao Rei Davi para que comprasse o terreno de Ornã, para a construção do templo dedicado a YAUH. Este mesmo lugar é hoje ocupado pelo Zimbório da Rocha, uma mesquita muçulmana.
Josefo escreveu a respeito deste templo: “Sua aparência tinha tudo o que podia impressionar a mente e assombrar a vista. Pois estava em todos os lados revestido de lâminas sólidas de ouro, de modo que, quando o sol despontava, refletia uma fulgência tão forte e deslumbrante, que o olho do observador tinha de desviar-se, não podendo suportar o seu brilho igual ao resplendor do sol.” E onde não estava revestido de ouro, seu mármore branco e brilhante refletia os raios solares. Dentre todas as realizações arquitetônicas de Herodes, o templo em Jerusalém foi a sua maior.
Não é de admirar-se que os discípulos de YAUHSHA expressassem admiração dos seus edifícios. Mas YAUHSHA, sabendo o futuro, podia responder: “Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derrubada.” E esta ruína não demorou. O templo de Salomão ficara de pé por 420 anos e o de Zorobabel por aproximadamente 500 anos, mas o de Herodes durou menos de noventa anos. No sítio do ano 70 E. C., e contrário à vontade do General Tito, o templo foi destruído pelas chamas. Seus tesouros foram retirados e levados para Roma. — Mar. 13:1, 2, ARA.
Esta descrição habilita ao amante estudioso da Bíblia a entender melhor os eventos, registrados nos quatro Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos.
Com a ressurreição de YAUHSHA e sua ascensão ao céu começou a construção do templo espiritual, composto de YAUHSHA MASHIACH e de 144.000 membros do seu corpo, sendo ele lançado naquele tempo como principal Pedra de Esquina. Desde então não houve necessidade dum templo literal.
Hoje em dia, este templo está representado na terra por um pequeno restante, e a este afluem agora as coisas mais preciosas e seletas (as pessoas de boa vontade) de todas as nações. Eles se empenham juntos na adoração pura de YAUH, dando glória ao seu NOME, que excede a de qualquer templo literal construído para Ele. — 1 Ped. 2:4-10; Ageu 2:7; Apo. 7:9; 14:1-3.
A IGREJA PRIMITIVA SE REUNIAM EM CASAS
6 Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. 7 Mas, orando, não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos, pois pensam que por muito falarem serão ouvidos.
8 Não vos assemelheis a eles; pois vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lhe pedirem.
Os crentes se reuniam, principalmente, nas casas uns dos outros. Por exemplo: a casa de Maria, a mãe de João Marcos, era um ponto de encontro da igreja de Jerusalém. Outro exemplo é a casa de Filemom que servia de lugar de reunião para a igreja de Colossos (Filemom 1:2). Entre as reuniões da Igreja Primitiva estavam a celebração do Memorial, a confraternização chamada de “Festa Ágape”, e reuniões de adoração, oração e ensino da Palavra.
A DEGRADAÇÃO DA IGREJA PRIMITIVA
A Igreja Primitiva era a igreja do tempo dos apóstolos, ou seja, a comunidade que viveu os primeiros anos da Igreja. A história da Igreja Primitiva se desenvolveu desde a primeira metade do século 1 d.C. até o final do mesmo século ou o início do seguinte quando provavelmente morreu João, o último apóstolo de YAUHSHA.
É amplamente aceito pelos estudiosos que a Igreja Primitiva teve origem no dia de Pentecostes, com o derramamento do Espírito Santo (Atos 2). No entanto, tudo isso ocorreu dentro de um pano de fundo mundo maior.
Mas a Igreja Primitiva também tinha os seus problemas. A Igreja Primitiva era duramente atacada por heresias disseminadas por falsos mestres e algumas vezes suas comunidades acabavam abrigando essas pessoas.
Em algumas comunidades havia problemas doutrinários, éticos, casos de divisão e imoralidade. Algumas comunidades da Igreja Primitiva perdiam o fervor e se tornavam apáticas. Na verdade, as sete igrejas do Apocalipse mostram de forma clara alguns dos problemas enfrentados na Igreja Primitiva.
Das sete igrejas da Ásia Menor, apenas duas não são repreendidas pelo por YAUH. Inclusive, parte importante dos escritos do Novo Testamento foi dada justamente para corrigir erros graves que prejudicavam a vida do Discípulo e que, portanto, já estavam presentes desde os tempos da Igreja Primitiva.
A Igreja Primitiva viu seus grandes líderes sendo um a um martirizado, e isto os recém convertido foram assistindo de perto a morte dos que contestavam contra a as heresias dos saduceus e fariseus, homens que tinham aliança com o Estado Romano e os mesmos que entregaram YAUHSHA para se morto, e agora mataram os apóstolos de YAUHSHA.
Nos séculos anteriores, o mundo havia caminhado para uma unificação jamais vista. O Império Grego, de Alexandre, o Grande, basicamente padronizou o idioma e a cultura. A filosofia grega influenciou muita gente, e o grego koiné se espalhou por toda aquela região, se tornando o idioma comum de todos aqueles povos. Nesse mesmo tempo também já havia judeus vivendo nas mais diversas regiões.
Isto porque Alexandre foi instruído por Aristóteles, um grande filósofo da época, que criou estudos como: botânica, biologia, lógica, música, matemática, astronomia, medicina, cosmologia, física, história da filosofia, metafísica, psicologia, ética, teologia, retórica, história política, do governo e da teoria política, retórica e as artes. E foi no concílio de Nicéia que a Igreja Primitiva se corrompeu por completamente.
Então quando o Império Romano despontou, ele se aproveitou daquela unidade cultural e idiomática para trazer uma realidade singular. Diferentemente de outros impérios, o Império Romano conseguiu manter a paz em todo o seu domínio de forma incrível. Havia a famosa Pax Romana, com tropas imperiais mantendo a paz e a autoridade do imperador em toda a extensão do império.
O Império Romano, com toda "sabedoria" de Alexandre contornou o que deveria ser a destruição da Igreja Primitiva como um acordo de "paz". Introduziram o estudo da "Teologia" para dentro da Igreja, um estudo já formado por Aristóteles, fazendo com que a Igreja Primitiva fosse mudada para Igreja Católica Apostólica Romana.
Neste acordo de paz entre o governo e a igreja muitas coisas que YAUSHA proibiu foram introduzidas novamente: a idolatria, feitiçarias, trindade, purgatório, impostos (dízimos), etc.... Uma nova religião é estabelecida por Constantino no ano 325, e toda cultura, usos e costumes do povo grego-romano, bem como suas filosofias e idiomas foram aplicados como regra de fé.
CONCLUSÃO
O Templo existiu somente para oferendas diárias e semanais; peregrinações e oferendas nos feriados; oferendas pessoais, voluntárias e obrigatórias; dízimos agriculturais; critérios qualificativos para os Cohanim e Levitas; rituais do Templo; e as permissões e proibições para todos os mencionados acima. Estamos falando de cerca de 180 mitsvot (de um total de 613).
YAUHSHA MASHIACH era hebreu e estava debaixo da Lei Mosaica (Mateus 3.15) e portanto, era obrigado a cumprir a justiça. Entretanto, como Ele era o Filho de YAUH profetizou que o templo seria destruído (Mateus 24) e não necessitaríamos de templo para adorar o Pai (João 4.20-24).
Prestem atenção, o sistema religioso, juntamente com Constantino fizeram uma "bagunça" e criaram o falso cristianismo e mudaram leis da Antiga Aliança e introduziu na nova religião. O templo que havia sido destruído o cristianismo constrói, o dízimo que eram cereais agora cobram "moeda", são muitas coisas adulteradas que foram introduzidas nesta nova religião.
É por isso que hoje existem muitos templos se achando ser a Casa do Criador. Muitos pregam mensagens adulteradas para aprisionar os preguiçosos à leitura, outros por não saberem ler ficam escravos de falsos pastores se subjugando a fardos pesados.
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